Sabia que alguns estudos têm mostrado que a relação com os animais de estimação pode trazer benefícios cardiovasculares para seus tutores?
Os tutores que convivem com seus “pets” têm mostrado efeitos benéficos dessa relação, incluindo o aumento de atividade física, perfil lipídico favoráveis, menor pressão arterial sistêmica, tônus autonômico melhorado, resposta simpáticas diminuídas ao estresse e melhor recuperação após uma síndrome coronariana aguda.
Em um estudo, 30 participantes foram divididos em dois grupos diferentes, sendo que um grupo adotaria cães de um abrigo e o outro grupo continuaram sem animais de estimação. Foi realizado mensuração da pressão arterial sistólica em repouso dos dois grupos no início do estudo (antes da adoção dos animais), sendo os resultados semelhantes em ambos os grupos. Após 2 a 5 meses da adoção dos cães, realizou-se nova mensuração, onde mostrou, de forma significativa, menor pressão arterial sistólica no grupo que adotou o animal quando comparado ao outro grupo. Curiosamente, no acompanhamento posterior, depois de todos os participantes do estudo adotarem os cães, a pressão arterial sistólica encontrou-se igualmente reduzida nos dois grupos.
Outros autores, relataram que donos de cães caminham significativamente mais e são mais ativos fisicamente do que pessoas que não possuem animais, porém, não há associações relatadas entre atividades física e gato ou outro tipo de animal de estimação. Vários estudos avaliam as mudanças na atividade física após a aquisição de uma animal de estimação, mostrando um aumento no número e duração das caminhadas recreativas entre as pessoas que adotaram um cão.
Outro importante papel que os animais desempenham na saúde humana é o suporte social, manutenção de mudanças de comportamento, incluindo melhor resposta ao estresse, e a melhora na perda de peso.
Embora a maioria dos estudos relacionam cães ou gatos com benefícios cardiovasculares, existem alguns que demonstram efeitos benéficos sobre esses mesmos parâmetros associados a proprietários de cabra, peixes, chimpanzé e cobra. Um experimento, ainda, demonstrou benefícios em resposta ao estresse cardiovascular com animais “virtuais”.
Proprietários de animais de estimação, principalmente cães, estão associados com diminuição dos riscos de Doenças Cardiovasculares (DCV). Questões metodológicas em muitos estudos citados podem influenciar em tal conclusão. No entanto, existe um conjunto substancial de dados que sugerem que a posse de animais está associada a uma redução nos fatores de risco de Doença Cardiovascular e aumento a sobrevivência em indivíduos com DCV estabelecida.
É importante enfatizar que, apesar de adoção de animais, resgate ou compra pode ser associado com alguma futura redução de DCV, o objetivo principal da adoção, resgatando ou comprando um animal de estimação não deve ser o de conseguir uma redução no risco DCV. Alem disso, a mera aquisição do animal de estimação, sem um plano de atividade aeróbica regular (como caminhar com o cão) e aplicação de outras medidas preventivas cardiovasculares, não é uma boa ou aconselhável estratégia.
Mais pesquisas são claramente necessárias sobre este importante assunto.